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Foto do escritorFábio Ruiz

Os Incríveis 2 – EUA – 2018

Atualizado: 21 de ago. de 2020


O filme retoma a trama de Os Incríveis exatamente no ponto onde esse termina. Saindo de um evento esportivo escolar, a cidade é atacada pelo vilão, que se denomina O Escavador. Desta vez, a família age em conjunto, ainda que desastradamente, e, apesar de evitarem tragédias maiores, os danos são grandes e o bandido escapa com o dinheiro roubado, posicionando, novamente, os super-heróis, deletérios.

Brad Bird, roteirista e diretor, sabiamente, facilita o retorno do espectador ao universo dos Incríveis, resgatando, oportunamente, os fatos do final do primeiro filme, para em seguida desviar a estória para sua espinha dorsal, quando os irmãos Evelyn e Winston Deavor, intervém para legitimar as ações de indivíduos com superpoderes. O brilhantismo do filme não reside em sua narrativa, mas nas inúmeras mensagens explícitas ou subliminares expostas: o empoderamento das mulheres, movendo o seu foco do Sr. Incrível para a Mulher-Elástico e criando uma supervilã, que, juntas, o protagonizarão; os dilemas masculinos, quando a mulher passa a ser a provedora; os bloqueios dos homens com as atividades domésticas; a imperativa presença dos pais na educação dos filhos, mesmo quando ambos trabalham fora, em um mundo onde essa responsabilidade foi abdicada ou transferida às escolas; a relevância das verdadeiras amizades; e, entre outras, a diversidade, observada quando a Mulher-Elástico se depara com novos super-heróis, no armário, um grupo o mais heterogêneo impossível, onde é possível perceber indivíduos de diversas raças, pesos, tamanhos, idades, e, observando atentamente, de diferentes sexualidades e identidades de gênero. As lições de tolerância, constantemente, permeiam a projeção entremeadas em cenas de ação com uma enorme sutileza que facilitará as crianças e os jovens refletir sobre temas tão delicados e prementes.


Holly Hunter, como Mulher-Elástico, dá um show de interpretação. Catherine Keener, que como Hunter, além de excelente, é muito mal aproveitada, e Bod Odenkirk, de Breaking Bad, também brilham como os irmãos Deavor. Não há critérios técnicos que possuam qualquer demérito, são todos perfeitos. Apesar de não ter cenas extras no final, os créditos são uma atração em especial, tanto pela música, quanto por sua interessante solução gráfica.

Um filme para crianças e jovens, que agradará, também, os adultos, com uma trama simples, mas cujo objetivo é fomentar sutilmente a reflexão sobre temas tão sensíveis e importantes em uma sociedade onde a intolerância e o radicalismo imperam. Vale assistir e se divertir.

PS: Em cartaz.

TRAILER



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