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Foto do escritorFábio Ruiz

Beirute – EUA – 2018

Atualizado: 21 de ago. de 2020


1972. Mason Skiles e sua mulher Nádia recebem convidados em sua mansão em Beirute, até então considerada a Paris do Oriente Médio, quando são atacados por um grupo, para resgatar o então filho adotivo do casal, Karim, que não sabiam se tratar do irmão de um dos terroristas envolvidos no ataque aos atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique naquele ano. Dez anos depois, Mason é forçado a retornar à cidade para negociar a libertação de um refém americano.

Com uma primorosa reconstrução de época da gloriosa Beirute da década de setenta, e da então destruída, da de oitenta, em consequência da guerra civil libanesa, o drama ficcional histórico, de Tony Gilroy, roteirista da trilogia Bourne, reconta a trajetória de Mason, agora alcoólatra e longe da política e diplomacia, quando esse retorna, a contragosto, à cidade para negociar a libertação de seu amigo Cal, envolvido nos eventos que levaram a sua esposa à morte, sequestrado pelos palestinos.

Sem uso do recurso de flashback, o roteiro, didaticamente, contextualiza os períodos históricos retratados, bem como a conjectura política da época no Líbano, enquanto aprofunda o espectador nos detalhes da trama ficcional que norteia o filme, que contém interessantes revelações, reviravoltas, intrigas e posicionamentos políticos, mantendo presa a sua atenção.

A direção de Brad Anderson, mais conhecido por seus trabalhos para a televisão, é, surpreendentemente, muito boa, adicionando ao clima de tensão almejado pelo roteiro com tomadas impressionantes, especialmente as aéreas de Beirute e as das cenas de ação. John Hamm está ótimo no papel de Mason, e Rosamund Pike, excelente no de Sandy Crowder. Mark Pellegrino, como Cal, o amigo sequestrado de Mason, e Shea Whigham, como Gary Ruzak, responsável pela inteligência americana, completam, muito bem, o elenco principal e o coadjuvante é competente. A fotografia é belíssima desde as primeiras cenas, apesar do cenário ser, majoritariamente, árido. A música, com perfeição, contribui às aflições dramatúrgicas, e a edição é excelente.

Um thriller histórico muito bem contado, com alta qualidade cênica, é o que encontrará o espectador ao assistir Beirute, filme da Netflix, já disponível na plataforma. Vale assistir.

PS: Disponível na Netflix.

TRAILER

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