Em época onde a realidade virtual é mais significativa do que a própria, grande parte da população dispende horas, minutos e segundos em Oasis, um mundo paralelo onde tudo é possível. Contudo, sua popularidade atrai a cobiça e a inveja de Sorrento, um ex-estagiário e admirador de seu principal criador, Halliday, que, em jornada solo, cria uma empresa concorrente e habita o Oasis em busca de três chaves míticas, que transferirão ao sortudo que achá-las a propriedade da tão disputada realidade. Enquanto, por um lado, o roteiro peca na obviedade, por outro, é rico nas inteligentes alusões ao passado de diversas sortes, musicais, fílmicas, literárias e recreativas, fazendo desfilar na projeção desde King Kong e Godzilla a O Iluminado, suas aterrorizantes gêmeas, Billy Idol – um doce para quem o vir – e o Delorean, entre tantas outras. A trama principal trata da busca das chaves escondidas por Halliday, do controle de Oasis, e do herói, na realidade virtual, Parzival, em referência ao romance alemão, e Wade, na nossa, um jovem de dezoito anos, em busca das lendárias chaves para salvar a tão adorada realidade das mãos facistas de Sorrento e sua empresa.
A direção de Steven Spielberg é brilhante, trazendo inovações à tela, fazendo interagir diferentes realidades em um mesmo plano, como jamais visto antes. Reparem as incríveis cenas de corrida, que é o desafio para alcançar a primeira chave. Mark Rylance, Ben Mendelsohn e Simon Pegg são os grandes relevos do elenco. Rylance está irreconhecível em grande atuação. O elenco infanto-juvenil, liderado pelo ótimo Tye Sheridan, é diverso e excelente, apesar de sua pouca experiencia.
Os critérios técnicos são impecáveis, fotografia, efeitos especiais, arte, edição e música, que traz em sua trilha canções queridas para todos os gostos.
Uma aventura previsível – mas também sabíamos, com certeza, que Marty McFly voltaria ao futuro, não é verdade? O importante não é como termina, mas o caminho e as pérolas encontradas no percurso. Spielberg deixa muitas, e a abundância de referências ao passado, nos faz refletir sobre o futuro para onde nos dirigimos, que parece não ser tão agradável ou criativo, como o que já vivemos antes. Vale o alerta. Repare as familiares notas musicais que soam tanto no filme, quanto no trailer. Imperdível.
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