Escrito e dirigido pela roteirista Amanda Sthers, eis uma comédia leve, repleta de momentos “vergonha alheia”, algumas pitadas de drama, suspense e romance sem esquecer uma crítica social embutida que dá no que pensar. Madame, é ficção moderna sobre a alta sociedade, seus valores perenes, a infelicidade conjugal das aparências de conveniências e os sonhos da criadagem que funciona muito bem graças ao carisma da vilã Toni Colette e de seu contraponto, a sonhadora Rossy de Palma ( conhecida musa de Pedro Almodóvar), e do milionário falido e conquistador, Harvey Keitel.
Com um leve toque das comédias de Woody Allen, o roteiro muito, mas muito simples, provoca gargalhadas pelas situações, mas também questionamentos enquanto vai nos apresentado uma série de personagens com valores sociais estereotipados , mas que, estranhamente, se tornam simpáticos ao público e uma ambientação em Paris, muito bem fotografada e explorada
visualmente sempre pontuada por trilha sonora alegre e oportuna.
Em seus econômicos 90 minutos de duração com muitas reviravoltas, a estória da Cinderela moderna recheada de diálogos espirituosos, a batalha que vemos entre o egoísmo exponencial e a mais que delicada humildade tem, sem sombra de dúvidas, o seu ponto mais alto nas performances das protagonistas com especialíssimo destaque para a criada feia interpretada por de Palma e seu sonho de ser amada a despeito de sua situação menos privilegiada dentro do High Society.
Assim, “Madame” que estreou ontem nos cinemas brasileiros, mesmo que não pretenda ser uma obra prima e não é, com toda a certeza, é um programa mais que delicioso.
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