Em 10 de julho de 1973, John Paul Getty III, Paul, neto do homem considerado o mais rico do mundo e o primeiro bilionário da história, é sequestrado em Roma. Após sua abdução, sua mãe luta com os sequestradores por sua libertação, enquanto batalha com seu ex-sogro, que se recusa desembolsar qualquer valor, pelo pagamento do resgate, fixado, inicialmente, em 17 milhões de dólares. O roteiro transita entre o presente ficcional, no desenrolar do sequestro, pela história de J. P. Getty, narrada por Paul enquanto no cativeiro, para contextualizar a criação do império petrolífero e a avareza de Getty, e no período da aproximação entre neto e avô, após a reconciliação de J. P. Getty Jr. e sua família com o bilionário patriarca, desencadeando os fatos que colocam Paul no cativeiro. Os elementos parecem apontar para uma trama relevante, contudo essa não cativa a atenção, tornando-se rançosa e lenta. A direção de Ridley Scott não adiciona diferenciais ou interesses, agudizando o distanciamento do espectador. Contudo, nas cenas que antecedem à conclusão do sequestro, Scott consegue imprimir o ritmo de suspense que ressuscita o encanto. Christopher Plummer é o único diferencial do elenco, impressiona como incorpora a personagem na qual caiu de paraquedas. Michelle Williams está inconsistente como Gail, mãe de Paul, exagerando diversas vezes sua atuação que acaba por carecer de verossimilhança. Mark Wahlberg também não consegue transmitir veracidade em uma personagem muito maior do que o seu talento. O resto do elenco é hábil, mas sem brilhos. A edição incomoda com cortes pouco naturais e um tanto abruptos. A arte é excelente, reproduzindo a época com grande maestria. Música e som não são relevantes. O filme está longe do reconhecimento de Ridley Scott, o quanto o evento da substituição de Kevin Spacey por Plummer é responsável pela desconexão dramatúrgica, é impossível precisar, mas que há rupturas, há. Estão lá para a percepção de quem for assistir.
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