O que esperar de um curta metragem? E se for um curta de animação? Independentemente da resposta, Garden Party (ou Festa no Jardim para os que gostam de uma tradução literal), com certeza consegue atender as respostas dos mais “enjoados”. Sem rodeios, elaborações ou qualquer outro rebuscamento “roterístico”, o curta nos mostra apenas pequenos sapinhos, aparentemente procurando por comida, aprontando poucas e boas (no melhor estilo Sessão da Tarde) em uma mansão abandonada. Mesmo sem estes rodeios, o enredo entrega uma certa natureza exploratória, claro que dentro de suas limitações. Movimentos de câmera quase descritivos, partindo do particular para o geral, revelando levemente as cenas e utilizando elementos de primeiro e segundo plano bem como mudanças de foco traçam um ritmo visual que imperceptivelmente encanta a quem assiste. Mas se tudo isso é chatice técnica e você não dá a mínima, deve estar se perguntando então o que faz essa magnifica obra funcionar tão bem? Bom, além da qualidade das animações (tanto as movimentações quanto a qualidade gráfica, texturas, modelos e iluminação) que fariam a Pixar berrar de inveja, o ambiente, que tem também seu background, ajuda criar um suspense que traria o espectador para a ponta do sofá caso os sapinhos não fossem fofos de mais. Dito isso, Garden Party entra na briga ao Oscar como um dos cinco selecionados à melhor curta de animação, com o pé direito, ao explorar uma simplicidade que vai além, para entregar ao espectador algo realmente inesperado. Inesperado e preciso, como um sapo.
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