Junte uma produção indie com orçamento bastante modesto para os padrões atuais, uma diretora estreante na função, uma atriz-protagonista inspiradíssima, ( ainda que aos 23 anos não tenha mais o "fisic du role" dos 17 anos), um elenco de apoio altamente carismático, edição ágil com trilha sonora deliciosa, um roteiro sagaz e, temos um trabalho muito cativante.
Não que o plot seja inovador, pelo contrário, pois o tema “jornada de descobertas e amadurecimento de adolescentes” é um dos mais explorados pelo cinema e, tão pouco, a direção surpreende além do convencional bem como a fotografia, mas ainda que os fragmentos narrativos estejam baseados em tema recorrente, o enredo, passado em 2002, surpreende agradavelmente pela simplicidade da construção e, principalmente, pelo fator identificação universal do público de todas as idades com a trama.
Afinal, quem não passou pela adolescência vivenciando as mesmas experiências de inseguranças, frustrações, conflitos familiares, revoltas, descobertas sexuais, turma de amigos e muitos sonhos para o futuro?
Embora esteja muito distante de uma obra de tirar o fôlego e até mesmo de se inserir no memorável, Lady Bird, com seus diálogos naturalistas e atuações excepcionais, repletos de momentos humanos que vão do sensível ao visceral, traz a magia que provoca no expectador uma forte empatia nostálgica com quem fomos e com a nossa individual jornada rumo a maturidade.
E isso, que não é pouca coisa, o que explica psicologicamente o "frisson" sobre um trabalho apenas muito bem feitinho e muito bonitinho.
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