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Foto do escritorFábio Ruiz

Professor Marston e As Mulheres Maravilhas - EUA – 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Se alguma vez o leitor imaginou a origem da personagem Mulher-Maravilha, muito possivelmente, passou longe da realidade. Não à toa a pergunta estampada no pôster americano é: “Ever wonder?”. A verdadeira gênese vara longe do heroísmo fantástico de outras personagens, sendo íntimo do amor e coragem reais de um homem e duas mulheres: Professor Marston e As Mulheres Maravilhas.

Olive Byrne foi selecionada para ser assistente do Professor Marston e sua esposa, Elizabeth, mas, o que deveria ser uma corriqueira relação acadêmica, torna-se muito mais. Em sua pesquisa para a invenção do detector de mentiras, Marston, Elizabeth e Olive descobrem ter sentimentos uns pelos outros, estabelecendo, assim, o legítimo triangulo amoroso e uma genuína relação poliamorosa, após superados alguns preconceitos e preocupações inerentes à peculiar situação que custa os empregos de Marston e Elizabeth. Alguns anos depois, os três são uma família, tem filhos, mas não deixam de experimentar. E, de uma de suas experiências, envolvendo dominação, nasce a personagem Mulher-Maravilha.

O roteiro de Angela Robinson é cativante, conduzindo a trama, entre o presente e o passado, durante o inquérito sobre a moralidade da personagem e a sua adequação às crianças e aos jovens. Vemos em “flashback” todas as volúpias, implicações e percalços inerentes à singular configuração. É, da mesma forma, embasado, nos desvelando a origem dos signos da personagem. Dos braceletes dourados ao laço da verdade, todos os símbolos são, implicita ou explicitamente, explicados. A direção, também de Angela, é competente. Rebecca Hall, no papel de Elizabeth, realça o elenco, Luke Evans e Bela Heathcote estão excelentes como Marston e Olive, e o resto do conjunto é competente. A fotografia é belíssima, destaque para a cena em que Olive aparece vestida como “Mulher-Maravilha”. A música é excelente, a edição, eficiente, e a arte, interessante.

A Mulher-Maravilha, de Marston, tem poucas similaridades com a pudorosa e asséptica personagem da DC, sendo instigante, controversa e fascinante, e a beleza de sua origem está no estranho, lindo e polêmico amor que uniu essas três pessoas até o fim de suas vidas. Não perca.

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