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Foto do escritorCardoso Júnior

O Sacrifício do Cervo Sagrado- Reino Unido-2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


O novo trabalho do diretor Yorgos Lanthimos (O Lagosta), que além de dirigir, escreveu o roteiro premiado como o melhor no Festival de Cannes 2017, é tenso, Sui generis e angustiante, e é um muito de tudo isso em seus 110 minutos em tela. Desta vez sem deslizar para um plot ficcional, como fez em “O Lagosta”, o genialíssimo e mais que intrigante roteiro vai compondo gradativamente através de suas pequenas nuances um estudo de comportamento de uma família aparentemente perfeita, embora sutilmente despida de sentimentos. Através de interpretações e diálogos secos, enxutos, surpreendentes e até contundentes, acompanhamos o desenrolar de uma relação doentia e simbiótica que, desde o início, preconiza e nos deixa em estado de alerta para o perigo mesclando um clima de suspense crescente com ótimas doses de humor negro sem abrir mão de situações que oscilam entre o surreal e o tragicômico elevando o nível de expectativa da platéia para o máximo. Com fotografia mais que peculiar que alterna com perfeição a paleta de cores que acompanham o desenrolar da narrativa e uma câmera que brinca ao nos aproximar como voyers das situações, alternando em esplendidos planos abertos que mudam subitamente para closes, brincando em manter e desestruturar a simetria de toda a cenografia enquanto a trilha sonora vai “provocando” no expectador uma sensação de verdadeira agonia enquanto tudo funciona a perfeição para quem está habituado ao estilo único do diretor. Assim, com todo um elenco introspectivo, mas perfeito em suas atuações,#TheKillingOfASacredDeer com seu enigma, não facilmente explicado, pois pertence ao terreno da sátira e do psicológico, ainda que opte por um final eclético, é um trabalho original, assustador e um Thriller magnífico que leva algum tempo após os créditos para ser convenientemente digerido e assimilado.

TRAILER

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