Extraída do livro de memórias de Jeff Bauman que narra sua história muito trágica sobre o atentado na maratona de Boston em 2013, “Stronger” não é uma produção brilhante, mas têm seus alguns bons méritos: O primeiro está no fato de não, em momento algum, descambar para mais outro filme sobre superação, preferindo ater-se a verdade dos fatos incluindo até algumas cenas bastante doloridas, incômodas e até constrangedoras. Segundo, é o fato da narrativa concentrar-se e focar-se muito mais na tortura física e psicológica do protagonista sem cair na armadilha de romancear ou lacrimejar o potente drama. Terceiro, é como a câmera trabalha de forma a captar as emoções e dores mais íntimas do nosso personagem sem derrapar para um drama com conotações patrióticas embora passe por elas de forma real, mas sutil. Concentrar o foco narrativo no drama de quem perdeu as duas pernas e nas consequentes dependências físicas, traumas e dores de quem foi alçado a categoria de herói nacional e se vê tão perdido frente a situação a ponto de entregar-se a inúmeros desesperos e até drogas em meio a uma família disfuncional, ajuda muito a história a ter seu apelo crível junto ao público que passa a acompanhar a jornada do herói com interesse. No entanto, ainda que contenha claramente os méritos acima, seria muito provável, mesmo não sendo um melodrama, que a história não alcance seu potencial dramático não fosse pelas presenças de Miranda Richardson e do espetacular (outra vez), Jake Gyllenhaal em outra performance que transmite de forma impressionante os conflitos interiores do personagem alavancando todo o trabalho positivamente. Assim, com ele, “#Stronger” consegue entregar de forma competente uma análise histórica de como os seres humanos necessitam de símbolos de esperanças diante das fatalidades e de onde e como encontrar a inspiração necessária para a superação.
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