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Foto do escritorFábio Ruiz

Barreiras – Luxemburgo – 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Mãe, depois de dez anos no exterior, retorna a Luxemburgo, para recomeçar a vida e reestabelecer laços com a filha que abandonara aos cuidados da avó ao deixar o país. Todavia, não à toa, será o caminho de volta, pois o tempo incumbiu-se de erguer barragens que, possivelmente, jamais ruirão. Laura Schroeder nos presenteia com Barreiras, o candidato de Luxemburgo à uma indicação ao Oscar. Um retorno à família compele mães e filhas, afastadas há dez anos, a restabelecerem vínculos esgarçados pelo tempo, contudo, para tal, precisarão derrubar barreiras que a distância se encarregou de edificar. Catherine, mãe de Alba e filha de Elisabeth, estende o que deveria ser um breve passeio com Alba a um fim de semana prolongado no chalé da família e suas consequências desvelam o passado, os hiatos e as rusgas comuns ao cenário que estabelecem as interações que se seguem. A trama trata-se de barragens e barragens, Laura Schroeder, diretora e roteirista, soube erguer. O roteiro tende ao situacional, apropriando-se das ações apenas para estabelecer situações e cumpre com o que se propôs, desvela barragens que nunca se comprometeu a derrubar. A direção é competente e criativa quando ergue barreiras ao espectador desde o primeiro quadro, limitando o nosso olhar pela restrição do ângulo de visão. O tamanho da projeção não é padrão, mas aquele quadrado dos filmes de antigamente. Lolita Chammah, apesar de esforços nítidos, acerta, intermitentemente, o tom da personagem, sendo superlativa em algumas ocasiões. Isabelle Huppert faz uma participação especial, pois, breve, mas cria magistralmente uma personagem apesar da pequenez de suas aparições. Themis Pauwels, a mais jovem do elenco, se sobressai em uma atuação notável. A música surpreende por ser na maioria em língua inglesa. A fotografia, edição, direção de arte e outras áreas técnicas realizam um trabalho digno, mas sem relevos. A infeliz escolha o título em português, Barreiras, traduzido do francês “Barrage”, abruma algumas metáforas e simbologias que se apresentam ao longo da projeção. Não espere o espectador muita ação, mas a construção de um cenário de barragens muito bem arquitetado. Não acredito que estará entre os cinco indicados ao Oscar ou ao Globo de Ouro, mas tudo pode acontecer. Vale assistir.

TRAILER

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