O mais que singular trabalho do diretor-roteirista Julian Rosefeldt, criado inicialmente como um vídeo que apresentava a magnífica Cate Blanchett declamando vários manifestos e, incorporando 13 personagens, foi editado tornando-se um longa-metragem de uma hora e meia de duração que fez parte da seleção oficial dos festivais de Sundançe, Londres, Roterdã, Tribeca, Rio de Janeiro e vale ser visto pelos amantes das artes, política, estética e interpretação. Mas só! Primeiramente porque não contém uma história em si, mas uma bem engendrada compilação, mistura e interposição de textos que transitam sobre questões artísticas, políticas e sociais de vários movimentos do século XX, promovendo profundas, mas muito profundas mesmo, reflexões e elucubrações na mente do espectador que gosta e topa o desafio, já que não existem respostas para tantas provocações. Então, por que assistir? Óbvio que pela oportunidade de ver Cate, uma das maiores atrizes da atualidade, dando um show ao criar vidas distintas para todas as doze mulheres-personagens e um homem, de forma tão intensa, que todos são absurdamente indivíduos notáveis e críveis, mas não é só! As escolhas técnicas do diretor e roteirista como os grandes planos seqüência, enquadramentos, cortes, fotografia, figurinos e, a escolha de uma cenografia contemporânea tão impressionante que chega a ser artisticamente deslumbrante, complementam a proposta de forma plasticamente simbólica e simbiótica. E, é essa mais que perfeita junção entre arte e artistas em busca da antiga questão: O que é a arte, que faz de “Manifesto” um trabalho de altíssima relevância, embora, talvez, não o fosse sem sua intérprete maior. Para quem gosta de pensar, de admirar, de contemplar e de debater, estréia nessa Quinta-Feira (26), mas tenha certeza de estar incluído nesse tipo de público, caso contrário poderá ser um potente sonífero. DADÁ! Por Cate, pelos pensadores que nos antecederam, e pela ousada direção, a cotação vai para:
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