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Foto do escritorCardoso Júnior

Terra Selvagem – EUA- 2017

Atualizado: 21 de ago. de 2020


Desde sua estréia no Festival de Cannes 2017 que estávamos ansiosos para assistir, muito por conta de o roteiro ser do Taylor Sheridan, que já havia nos impressionado bastante em seus dois trabalhos anteriores: Sicário e Hell or High Water. Como ele se sairia absorvendo também a difícil tarefa da direção? A ver... Seguindo o mesmo gênero dos trabalhos anteriores (suspense investigativo), e voltando ao Velho Oeste Americano “estilizado” de “A Qualquer Custo”, Sheridan consegue partir de um plot muito simples, sem olvidar de personagens com grandes profundidades dramáticas e da sutil, mas não menos contundente denúncia a marginalização dos povos indígenas americanos. Ao criar um suspense com densa atmosfera, partindo de um feminicídio brutal, Sheridan nos faz embarcar em uma jornada por locais inóspitos, belos sim, levando-nos por entre montanhas e muita neve, criando o cenário de terra desolada e “esquecida” onde a justiça é buscada e feita pelas mãos dos poucos moradores que, já são obrigados a conviverem com suas perdas, lutos e culpas, misturando com muita eficácia autênticos cowboys e índios. Nota-se que, sua primeira aventura na direção é muito firme em todos os aspectos fílmicos: Diálogos inteligentes, profundos e marcantes, trilha sonora incidental perfeita, bela fotografia, manutenção do pico de tensão em crescente até a explosão e, ótima coreografia nas cenas de ação. Fica claro também que ele quer contar e conta essa história tanto para um público avesso a “pensar muito”, e para aquele que gosta de captar suas inteligentes e escondidas pistas nas imagens, portanto, assim como fez em A Qualquer Custo, na rápida cena de abertura com o muro pichado que já revelava o caminho da narrativa, volta a fazê-lo, para os mais sagazes, no rápido take inicial da bandeira Americana. Se, em Wind River “você sobrevive ou se rende”, não há como não se render a excelência deste trabalho autoral com ótimo elenco - tanto protagonistas como de apoio- e a urgente mensagem sobre a violência contra mulheres e o enorme descaso governamental com as indígenas ainda, pasmem, nos dias de hoje. Isso sim é saber basear-se numa história real para construir um roteiro ágil, coeso, profundo e denunciatório sem perder a cadência e para todos os públicos! Bravo!

PS: Previsto para os cinemas no Brasil em Novembro/2017.

TRAILER



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