Por fim, como todo cinéfilo é muito curioso a respeito à história da humanidade e do cinema que a descreve, fomos assistir, conforme prometido, a resposta cinematográfica que a Turquia filmou por conta do já comentado “A Promessa”, financiado pela Armênia e que, supostamente, mostraria sua versão sobre o genocídio.
E lamentavelmente, O Tenente Otomano troca a oportunidade de ser um filme esclarecedor preferindo roteirizar a grave questão de forma romanceada, transferindo o foco principal para ótica menor: O proibido amor entre uma cristã e um muçulmano com arroubos de discurso feminista. Frustrante!
Embora haja uma estética cênica muito bem trabalhada na busca pelo tom épico ancorada na fotografia, trilha e ambientação, o roteiro pincela muito rápido uma gama de questões sem mergulhar no cerne prometido descambando para um melodrama triangular com direito a vários clichês do gênero, performances apenas regulares e personagens que pretendem grande profundidade humana, mas nunca atingem.
A inserção de imagens de arquivo sobre a Primeira Guerra mundial, inicialmente, promete uma maior imersão nas questões primárias do Oriente Médio e nas raízes dos problemas atuais das relações islâmica- cristã, mas outra vez desvia-se do núcleo de relevância optando pela superficialidade genérica do tema.
Assim sendo, The Ottoman Lieutenant, patrocinado pela Turquia, fica apenas como um registro da grande perda de oportunidade de se tornar relevante e até memorável. Mas cai bem numa sessão da tarde em um domingo chuvoso para mocinhas românticas.
PS: Em cartaz!
TRAILER