Exclusivamente em função da divulgada chegada às telonas do “possível remake“ filmado por Sofia Coppola, fomos conferir a obra original. Coisas de cinéfilo curioso/ estudioso interessados em descobrir se vem aí uma inteligente adaptação ou uma mera refilmagem de um clássico. Enquanto ainda não podemos responder essa questão, descobrimos um trabalho interessantíssimo e ousadíssimo (para a época), na temática, com fotografia fabulosa que utiliza-se da luz natural, planos belíssimos e atuações contundentes de todo o elenco. Destaque para as densas atuações de Clint Eastwood (será que Colin Farrell vai superá-lo?), da hoje desconhecida Geraldine Page (Nicole fará melhor?), Elizabeth Hartman (Kirsten Dunst que se cuide), Jo Ann Harris (cuidado Elle Fanning). Com roteiro baseado na novela “A Painted Devil”, essa pérola dos anos 70 é dominada por uma plêiade de personagens femininas fortíssimas que, num primeiro momento, nos coloca em defesa de suas causas para, na sucessão, questionarmos suas ações. Com um clima altamente sensual e até ousado logo na primeira cena, o jogo de aparências veladas que se desnudam diante do desejo físico e amoroso, vai envolvendo o espectador em uma guerra não só externa e masculina, mas também de interiores sombrios entre mulheres reprimidas, corajosas que usam da sedução como arma e do arrependimento como punição. Instigante e intrigante, “#TheBeguiled” joga muito bem com a semeadura das mentiras e um clima de tesão que nos surpreende com uma angustiante cena de terror gore que chega a doer na pele do espectador. Se, “#TheBeguiled” envelheceu na narrativa ou não, tudo dependerá da visão de Copola para recontar essa história e, aqui, esperamos que ela tenha feito algo tão bom e original quanto sua releitura de “ Maria Antonieta” e não meramente um remake com nomes atualmente conhecidos,o que seria um desserviço ao cinema resultando apenas em uma cirurgia plástica comercial-lucrativa. Torcemos para que não. Por tudo e pelo o que ainda não nos chegou, #OEstranhoqueNósAmamos recebe:
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