Um dos cinco indicados ao Oscar 2017 de Melhor Documentário em Curta-Metragem é chocante.
O Original da Netflix, dirigido pelo mesmo diretor de “Virunga” também já indicado e comentado por nós, centra seu registro na situação atual da Síria, mais especificamente na bombardeada região de Alepo que esteve presente nos últimos noticiários, mostrando o quão mais grave e estarrecedora é a vida nessa desalentadora cidade.
Utilizando-se durante quarenta minutos da narrativa do grupo de voluntários conhecidos como capacetes brancos que absorveram, por fé e caridade, a penosa missão de retirar civis inocentes soterrados nos escombros que restam após os constantes bombardeios pelos caças da Rússia, é um trabalho chocante que nos poupa de imagens tenebrosas ainda que todo o contexto o seja.
Inteligentemente, a direção evita um posicionamento político sobre a guerra deixando que os atrozes fatos falem por si só, mas infelizmente, a construção narrativa deixa a desejar quando seguimenta algo tão importante e repugnante em apenas três ângulos, reforçando apenas a dedicação humanitária desses voluntários; o que não retira seu grande valor documental.
Com uma cena real e absurda sobre o resgate de um bebê, por certo angustia, emociona e revolta o espectador diante da brutalidade da guerra, mas carece de maiores informações sobre ela.
Assim, “The White Helmets”, disponível na Netflix, é um curta da maior relevância não só pelo tema abordado,mas também pelos perigos que, certamente, foram muitos para poderem documentar tamanha monstruosidade.
Se “peca” pelo pouco tempo disponível para “elucidar” mais o conflito, aqui esperamos que a anunciada versão que será produzida por George Clooney preencha as lacunas de uma situação escabrosa que ainda insiste e persiste no século XXI.
Pelos atos de humanidade, entrega e coragem deste grupo que salva tantas vidas mesmo com tantas baixas entre seus integrantes e familiares e, infelizmente tão desconhecido no Ocidente, a cotação sobe para:
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