Baseado no ótimo e quase desconhecido documentário “The Loving Story” e ambientado em um momento delicado da história americana, “Loving” é uma história de amor real que mudou o curso das leis, promoveu avanços mundiais nas questões raciais, mas que pode agradar muito ou nada satisfazer uma boa parte do público.
Embora o plot seja de altíssima relevância, o roteiro opta por uma ruptura de gênero apostando muito mais na dinâmica dos silêncios e nas eloquências dos olhares para fugir, sabiamente, de uma linha mais melodramática. E, é exatamente na forma proposta pelo roteirista- diretor que poderemos encontrar um brilhante e contundente acerto narrativo ou muita apatia causada pela anemia das emoções aparentes.
Quem assistiu o documentário, sabe que o processo em questão gerou enorme convulsão social e política, mas “Loving” prefere apostar mais fortemente na serenidade e na contida convivência quase silenciosa do casal levando-os como tônica e fio condutor de todo projeto.Se isto foi um grande “pulo do gato” ou não, vai depender da ótica individual de cada espectador.
Com trilha sonora delicada, fotografia e edição, a maior força de ‘Loving” está, sem dúvida nenhuma, na sutil mas energética química entre Joel Edgerton e Ruth Negga que, sem nenhuma cena construída para gerar grandes impactos ( ler lágrimas), conseguem transmitir o peso das situações opressivas sem nenhum estardalhaço cênico.
Assim, ainda que a ótica da direção sobre este mais que importante episodio oscile, por vezes, no ritmo e pegue bem suave nos dez anos da conturbadíssima questão jurídica, nunca perde o foco no humano e no desumano que há em todos nós.
PS 1 : Vale muito assistir o documentário para ter uma mais precisa avaliação sobre este trabalho
TRAILER
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