Baseado em um romance asiático, o conhecido diretor Park Chan-wook (OldBoy), constrói sua memorável trama situada na década de 30 de forma tão perfeita quanto surpreendente criando um filme literalmente arrebatador e uma obra de arte visual e literária ao mesmo tempo.
A primorosa dramatização que envolve apenas quatro personagens principais no núcleo central, dividida em três capítulos , com soberba fotografia, cenários, figurinos, trilha sonora e diálogos marcantes, têm enormes méritos também na surpreendente narrativa que vai construindo um ponto de vista na mente do espectador para, logo em seguida, mudar o foco e apresentar nova e inesperada ótica, desconstruindo toda a linha inicial de raciocínio. Sim, você terá que refazer todos os conceitos que vinha fazendo sobre as intenções das personagens e começar do zero; outra vez e mais outra sem que o ritmo caia enquanto seu interesse só irá aumentando.
Famoso por construções nada lineares, talvez seja o diretor que melhor domina o batido recurso dos flashbacks dando-lhe um real sentido contextual para a compreensão não só da estória, mas do de profundis de cada um dos interessantíssimos personagens em suas jornadas.
Usando uma seqüência de planos absurdamente inovadores e belíssimos, a hábil direção vai construindo um jogo de dissimulações magistralmente amparadas por um elenco magnífico enquanto mergulha fundo e sem medo em cenas altamente eróticas e de uma plasticidade inigualável.
“#TheHandmaiden” que vai costurando com estremo esmero sua surpreendente trama em exuberantes detalhes e performances irretocáveis, é o tipo de trabalho pouco divulgado, mas que você dificilmente escapara de seu impacto e conseguirá esquecer da experiência.
PS 1: Estreia nacional em Janeiro 2017!
Ps 2: Veja correndo antes que algum homem aranha, mosquito ou camaleão ocupe as salas de cinema!
TRAILER