O candidato ao Oscar 2017 pela palestina, dirigido pelo mesmo e bem sucedido diretor que já emplacou duas ótimas produções nos finalistas estrangeiros (“Paradise Now” e “Omar”), parte de uma história verídica sócio-política importante, mas bem pouco conhecida no ocidente. Ponto!
Ao transitar pelos caminhos das competições musicais no estilo “The Voice”, que sempre investem pesado na história de vida dos concorrentes para atrelar um caso de superação e de sonho para dar maior peso emocional aos participantes, gerando maior comoção do grande público, o plot não poderia ser mais perfeito. Ponto!
Com uma ligeira pegada de ‘Quem quer ser um Milionário?”só que desta vez transportando a ação para a turbulenta e bombardeada Faixa de Gaza, a história do jovem que mexeu profundamente com a estrutura política da região e que lançou, com sua persistência e bela voz, uma luz para o mundo sobre as delicadas questões Palestinas, é um trabalho importante e que traz alegria ao ser visto. Ponto!
Ainda que o suspense do segundo ato funcione muito bem mesmo que o final seja naturalmente previsível, é no primeiro ato, com seus personagens infantis cativantes, que a narrativa vai conquistando e seduzindo o expectador.
Ok, que muitos personagens interessantes fiquem largados ao meio da jornada fílmica, mas o grande mérito está em apontar questões como o extremismo religioso e a pobreza entre os escombros de Gaza, sem colocar demasiado peso nas espinhosas questões.
Assim, “O Ídolo” é uma biografia mais que interessante, que tem algumas falhas estruturais, mas que agradará o público pela mensagem, pela informação, pelas interpretações e, principalmente, pelo tratamento da verdade histórica com alegria e suavidade, sem omitir ou colocar peso demasiado no drama ou esconder os escombros cênicos do palco onde aconteceu.
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