Finalmente uma produção que foge de duvidosas adaptações e ou continuações meramente comerciais que estabelece um roteiro original interessantíssimo ainda que transite entre alguns gêneros como: a atual tendência hollywoodiana de focar o mercado financeiro, mas misturando agilidade na narrativa e criando um Thriller de ação eletrizante, espionagem que insere personagens bastante complexos criando, necessariamente, um bom estudo das patologias de personagens.
Ok que tantos ingredientes em um roteiro original acabe por, em certos momentos, comprometer o ritmo com cenas para facilitar a composição emocional dos personagens e alguns outros temas podendo causar certa oscilação no pico de atenção/ imersão, principalmente pela duplicidade de linhas dentro da narrativa.
Isto posto, há que se admitir que existam muito mais acertos que falhas principalmente pelo fato de Ben Affleck oferecer ótima e contida performance muito em acordo com a curiosa personalidade do anti-herói que estabelece regras próprias sem nenhum embasamento nas configurações sociais vigentes.
“The Accountant” vai acumulando pontos nos desenvolvimentos psicológico da trama na medida em que nenhum dos personagens é o que aparenta ser, criando um jogo de máscaras com muito boas surpresas.
A direção acerta também ao inovar nas coreografias das cenas de lutas e nos enquadramentos primorosamente detalhados que muito colaboram na criação de uma forte empatia pelo protagonista e seu peculiar ‘modus operandi” mantendo a atmosfera de suspense sem excluir alguns momentos de humor inteligente.
“O Contador” inova a questão já abordada no cinema sobre o transtorno de Asperger com seus desdobramentos recheados de corrupção, intrigas, finanças e ação, o que pode agradar a muitos, mas não todos.
Seja como for, é um genuíno e respeitável entretenimento com máxima qualidade e competente elenco.
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