O filme indicado pela Suécia para concorrer a uma vaga no Oscar 2017, parte da adaptação para as telas de um romance “A Man Called Ove” que se tornou um best-seller internacional e é uma das maiores bilheterias suecas de todos os tempos. Roteirizado sobre a vida de um viúvo de 60 anos, totalmente sistemático, rabugento, resmungão, implicante e que tenta se matar seguidamente para ir reencontrar-se com a esposa acaba por ser um drama sobre a solidão humana com boas pitadas de humor, mas comovente. Os recursos dos flashbacks funcionam bem na medida em que servem não só para irem nos apresentando a vida do personagem (desde a infância), bem como para explicar as incontáveis tragédias que o marcaram e o transformaram profundamente. A narrativa lenta, porém interessante, colabora em muito para que possamos entender a alma deste homem deprimido, irascível que acaba por ser extremamente cativante. Seguir, aos poucos, a linda e trágica história de amor que deu sentido à sua vida e que, ao mesmo tempo a retirou, pode ser e é, algo delicado de ser apreciado. Embora muito simples “#AManCalledOve” mexe com nossas emoções, fala sobre os grandes valores recuperativos que uma amizade pode ocasionar em uma vida e trabalha com emoções verdadeiras. Infelizmente não tem a mesma originalidade criativa do ótimo candidato do ano passado “O Novíssimo Testamento”, que chegou ao Top Five, mas merece ser apreciado por tudo que representa.
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