Partindo de um fato real ocorrido na Polônia no final da segunda guerra, que foi ocultado pela igreja durante todos esses anos, “#LesInnocentes” é um estudo psicológico mais que interessante.
A partir da tragédia consumada, o roteiro opta por uma ótica naturalista evitando com maestria cair no melodrama e, trás para inúmeras reflexões, a questão da fé cega não questionada e sua gravíssima conseqüência: A angústia insuportável de esperar socorro do intangível enquanto mergulha-se na paralisante resignação da provação a ser aceita.
De forma genial, a direção sobre a história das 25 freiras que foram violentadas por soldados russos e as conseqüências do fato, prefere não afrontar o expectador com cenas chocantes ou violentas tomando o rumo da contemplação histórica de um fato sem fazer nenhum tipo de julgamento e nem mesmo apresentá-los frontalmente.
Com ótimo e circunspeto elenco e diálogos primorosos, o polêmico tema narrado de forma realista se traduz em um trabalho esteticamente perfeito que não evita a provocação, ao colocar uma personagem ateia confrontando dogmas seculares enquanto exerce a verdadeira comunhão humanitária.
Embora tenha um final que não acompanha os clímax, é sem sombra de dúvida um trabalho que merece respeito até pela atualidade do tema.
Em cartaz!
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