Fomos conferir este trabalho muito em função da direção do Canadense Jean-Marc Vallée por sua fama de “arrancar” ótimas performances de seus elencos. Ah, claro que também pela presença de Jake Gyllenhaal e Naomi Watts.
Que engano!
Partindo de uma premissa interessante e, iniciando com um tipo de narrativa peculiar, embora não exatamente nova, que nos prende com boas promessas nos 15 minutos iniciais, as inconsistências que se seguem, alguns clichês até perdoáveis, deixa logo claro que o roteiro tentou ser inteligente demais, ficou confuso, repleto de peças soltas,sem profundidade dramática e resvalou para o mínimo. Que pena!
Porque nem tudo se perde nessa demolição já que algumas peças são interessantes como os diálogos complexos, a trilha rock´n´roll”, a estética cênica, um razoável equilíbrio entre humor e drama, podem ser resgatadas dos escombros, mas única e exclusivamente pelo desempenho de Gyllenhaal que, embora segure a marreta com as duas mãos em uma entrega crível ao personagem mal desenhado, não é suficiente para evitar o desabamento de uma estrutura que poderia ser obra prima.
Esperar pelo “reforço” de Naomi Watts é outra expectativa que não se cumpre uma vez que lhe é dado uma personagem deslocada do contexto com pouquíssimo trabalho à ser desenvolvido.
Neste quesito, interpretações, além da potência de Jake, resgata-se também a presença da jovem promessa, Judá Lewis, responsável sempre por bons momentos e com sua personagem em busca de identidade sexual.
Alguns “esquecimentos” de ordem prática, afinal até as ficções baseiam-se em alguma lógica, deixam perguntas do tipo: Como destruir um sem número de eletros-domésticos sem retirá-los da tomada e não ser eletrocutado? Não faz sentido...
Enfim, em “#Demolition” que estréia no Brasil em 04 Agosto, prevemos muito mais risadas para espantar o tédio que um drama poderia desejar.
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