Com um plot originalíssimo que busca desvendar um dos maiores mistérios bíblicos, “Risen” utiliza-se de boa ficção sem perder uma ótima e bem amarrada pegada épico-histórica. Ao investir com perfeição numa estética que prima pelo designer de produção reconstruindo locais e figurinos em um roteiro que mistura fatos históricos (com cenas bem realista), inserindo uma intrigante investigação sobre versões díspares e conflitantes de um fato que tangencia questões políticas e questões de fé, utilizando-se de diálogos contemporâneos com interpretações fortes e cativantes, tudo funciona; até mesmo as rápidas e poucas inserções de CGI na película. Joseph Fiennes (o menos prestigiado da família), consolida seu personagem com expressões de alta credibilidade e Cliff Curtis (Fear the Walking Dead), personifica (ainda que com poucas aparições), um Yeshua carismático com várias nuances de bondade, doçura, alegria,força e liderança, acertando em cheio no biótipo judeu. Um fator interessante, nessa ficção, é o fato da narrativa não buscar o tom evangelizador / doutrinador, de maneira que, não se faz necessário possuir uma crença religiosa para degustá-la e acompanhá-la com muito interesse mesmo quando a investigação chega a sua conclusão final. Aqui achamos muito ousada e inovadora a sutilíssima e quase imperceptível inclusão de uma explicação/ intervenção extraterrestre na estória e na história de Jesus, seguindo de forma sutil a linha de pensamento de J.J Benítez. Enfim, “Ressurreição” encontra um perfeito tom de equilíbrio no roteiro e narrativa, acende várias luzes sobre a questão, documenta um período histórico de forma cinematograficamente inteligente, tornando-se um entretenimento de primeira grandeza.
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