Baseado em um livro escrito pela protagonista, a diretora mexicana Patricia Riggen, que já havia perdido a mão em “Os 33”, parte para o filão “gospel” e investe em outra história real sobre superações.
Partindo de um plot engessado com foco em uma “família margarina”, (todos loiros, felizes, sorridentes, frequentadores assíduos da igreja e protetores dos animais), passam por grande dificuldade unicamente para provar o valor da fé. O que fica nítido é que a direção não aprendeu nada com as criticas ao seu último trabalho (Os 33), e constrói um melodrama repleto de clichês e apelos emocionais, com nítida intenção de atingir um público-alvo, perdendo a oportunidade de surpreender, explicar o fator “sobrenatural” ou de mergulhar mais fundo em temas relevantes que ficam soltos e abandonados em meio à narrativa.
Entregar o protagonismo para Jennifer Garner é um razoável acerto dramático, mas usar a magnífica Queen Latifah apenas para trazer certo tom de comicidade, é um fragrante desperdício de talento numa história que o próprio título já entrega o previsível final.
Ainda que tecnicamente bem realizado, a nítida proposta de provocar uma resposta emocional através de recursos clichês desgastados, poderá agradar por simbiose empática ao público destinatário, mas ao retirar do espectador comum a oportunidade de se surpreender em troca de uma “aula”, exclui a catarse e o envolvimento com a história, resultando em algo já visto centenas de vezes, da mesma maneira; chata.
Miracles From Heaven, de tão “encomendado” é um desperdício temático.
TRAILER