Quando os irmãos Coen (Onde Os Fracos Não Tem Vez), lançam um novo trabalho, a curiosidade dos cinéfilos vai ao auge por muitos motivos, principalmente, pelo humor ácido que permeia suas narrativas. Em Ave Cesar, não deixaram por menos e ainda lançaram um olhar critico, talvez debochado, sobre a Hollywood dos anos 50, em seu pico de poderio dos estúdios cinematográficos, transitando pelos bastidores de algumas produções, e, homenageando, do seu jeito peculiar, vários estilos do cinema de então. Para tanto, o roteiro optou por uma gama de assuntos em uma conjunção de esquetes costurados por um fio condutor que ora funcionam, ora não. Por certo, há cenas primorosas, desenhadas com uma direção de arte requintada e fotografia em tons que lembram o cinema clássico, mas o humor falha, na maioria das vezes, por optar por alusões desconhecidas do grande publico e, pelos diálogos quase sempre muito rápidos dificultando o acompanhamento. Os amantes da sétima arte, perceberão claramente o foco irônico sobre a construção de filmes no que tange a parte técnica, cenografias, orquestras ao vivo, edições, montagem de roteiros e, também, tudo de banal que antecede o “gravando” e o depois do “corta”. Enfim, Hail, Caesar brinca magnificamente com a metalinguagem, explora quase muito bem o conceito de ser um filme dentro de vários filmes, reúne elenco estrelar (alguns apenas com meia dúzia de falas e ou aparições), tem em Alden Ehrenreich (o futuro Hans Solo), de longe, não só o melhor ator como o melhor personagem, é picotado demais, perde o ritmo varias vezes e conversa exclusivamente com cinéfilos. Mas é muito, muito bom...para quem gosta.
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