Baseado em fatos reais eis mais um ótimo trabalho enveredando pela seara do jornalismo investigativo e denunciatório que tende a passar despercebido. Ainda que Spothlight (vencedor do Oscar), aborde o mesmo gênero, “Trhuth” com muito maior sutileza, pega a vertente de como os poderosos manipulam a verdade jornalística, impondo terror para desconfigurá-la e, depois, em um ato de prepotência e autoritarismo destroem todos que ousaram levantar questionamentos. “Thuth” também é uma aula de jornalismo e aqui achamos bem superior a “Spotlight” ainda que a direção se mostre tímida apostando unicamente no roteiro e no potente e carismático elenco principal e de apoio. Mesmo que o tema seja pouco conhecido, ainda que histórico, a narrativa ágil deixa clara todos os meandros e sua universalidade, abrangência e atualidade. Com Cate Blanchett e Robert Redford a frente, esta, em um trabalho realmente forte e memorável com vários arcos dramáticos, (muito superior a “Carol”), consegue aglutinar uma gama de emoções que, diferentemente de “Spotligh faz com que o expectador se conecte emocionalmente e imediatamente com o desenvolvimento. Ao trabalhar a questão do papel da imprensa garimpando informações soterradas para informar o público e que, por mexer em “casa de marimbondo” pode ser aniquilada ao ser transformada em caluniosa, tendenciosa e partidária “Thuth”, é um trabalho que não só merece muito respeito, mas que provocará inúmeras reflexões, por lidar constantemente com o beneplácito da duvida. De um lado e de outro. “Nossa história era sobre um fato palpável, agora não querem mais os fatos, querem transformar tudo em teoria da conspiração. Hoje em dia, se os poderosos não gostam da história, eles gritam e berram transformando tudo em política para que a verdade se perca na bagunça. E, quando tudo termina e toda gritaria cessa, ninguém lembra mais qual era a história”
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