Adaptações de textos de Shakespeare não são fáceis, principalmente pela densidade dramática exigida e por seguirem a visão do diretor que, nem sempre busca uma afinadíssima retratação da obra original; mas são, geralmente, muito válidas. Nesta, embora não haja necessidade de ser nenhum expert em Shakespeare, ficam evidentes algumas falhas do roteiro, mas que são altamente compensadas pelos dois magistrais protagonistas, pela química entre eles, pela inenarrável fotografia, cenografia, trilha, figurinos, direção de arte e até mesmo por algumas edições no terreno do genial. Ainda quer o eixo Shakespeariano sempre gire em torno da palavra ou dos diálogos, aqui, nesta adaptação, ele não é deixado de lado em momento algum, apenas é abrilhantado por uma parte técnica repleta de câmeras lentas, closes, filtros de cores e um mergulho mais próximo do moderno na feliz tentativa de trazer mais humanidade para os personagens...Ainda que em suas loucuras... Por fim, essa nova e ousada ótica de uma velha tragédia, encontra em Fassbender e Cotillard, interpretes dignos e, talvez, definitivos para o clássico da literatura que, não entendemos por quais motivos foi esnobada na temporada de premiações.
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