Eis um trabalho bem curioso! Se por um lado vai pelo caminho de um drama investigativo muito bem desenvolvido, por outro, retira qualquer suspense dele o que pode causar a impressão de assistir um documentário dramatizado. Baseado em fatos reais sobre um premio Pulitzer de jornalismo (2003), que denunciava o conluio da igreja católica com o sistema judiciário da cidade de Boston, com objetivo de encobrir, de todas as formas, os abusos sexuais a menores praticados por centenas de sacerdotes, filmicamente, é um trabalho mais que bem feito. A pergunta que nos fazemos é: Será que a linha “Todos os homens do presidente” (1976), é um ótimo resgate temático ou a formula se tornou diluída? Deixaremos que cada um encontre sua resposta para tal pergunta. Para nós, fica evidente que nomes como: Michael Keaton, Rachel McAdams, Liev Schreiber, Stanley Tucci,Billy Crudup e Mark Ruffalo (ótimo), ajudam o desenvolvimento de um plot onde a sobriedade narrativa não chega exatamente a empolgar ou manter o pico de atenção ativado. Ao centrar o spotlight em cenas mecânicas, com diálogos corriqueiros sem dar espaço para nenhum elemento do elenco brilhar pela falta de aprofundamento das personagens, a nosso ver, desperdiça um tema magistralmente polêmico revelando sua importância em tom bastante neutro alijado de qualquer tipo de emoção além da mera curiosidade especulativa. Ainda que eqüidistante de ser classificado como ruim, “Spotlight” ficou-nos como uma matéria cujo título atrai imediatamente nossa atenção, clicamos em “ver mais”, vemos, esquecemos ainda que ganhe o Oscar.
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