Partindo de mais uma adaptação literária, eis um trabalho que irá provocar em você uma gama de sentimentos sucessivamente. Você será presa fácil de sensações de claustrofobia, alegria, tristeza, revolta, indignação, tensão máxima, angústia, alívio, mas a predominante será ternura indelével. Sem dúvida, é um trabalho sobre a gigantesca força do amor maternal que vai impressionar todos os públicos. Com uma fotografia dimensional que busca adequar-se a visão do protagonista mirim, sua ótica e compreensão do mundo e atuações portentosas, a direção constrói seu drama em dois capítulos distintos e, obviamente, interligados em uma narrativa muito bem editada, com discretíssimos e quase imperceptíveis problemas de ritmo, sanado pelos protagonistas. Eis mais um trabalho de narrativa simplista, alçado ao ápice por interpretações magistrais como a do ator mirim, Jacob Tremblay, que em muitos momentos carrega o desenvolvimento praticamente sozinho, o que, por si só, já é impressionante na perfeita transmissão de suas complexas emoções. A química entre ele e a mais que surpreendente Brie Larson (em um salto de performance e carreira impressionante), exímia nas cenas de maior dramaticidade explosiva como nas mais contidas, fazendo uma ligadura perfeita para nos levar a um mundo, velho e novo, de emoções acaloradas. Quem observa o trabalho de ambos, sente claramente que haverá indicações concretas e merecidas por tais atuações. Enfim, temos em “Room”, um trabalho maduro e de um realismo tão impressionante que só não impactará um coração de pedra. (Aliás, ele existe no filme). Infelizmente e, para variar, sua estréia no Brasil está prevista apenas e tão somente em meados de fevereiro. Se....
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