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Foto do escritorCardoso Júnior

Love & Mercy- EUA-2015

Atualizado: 15 de ago. de 2020


Saído do Festival de Berlin e Toronto,logo no início nos informa tratar-se de uma biografia sobre a vida do Bryan Wilson, compositor responsável pelos sucessos da banda The Beach Boys. Então, três perguntas nos saltam a mente: Quem é ele, que banda foi mesmo essa, e qual a importância disto? Mesmo assim, vamos espiando quase na certeza que nosso interesse não ultrapassará uns quinze minutos. Ledo engano! Com um roteiro criativo e ágil que foge do tradicional formato batidinho das biografias musicais cansativas, aposta em uma narrativa atemporal com cortes precisos intercalando interessantes momentos de um passado mais distante com as conseqüências dele, ousando chegar no presente com e como um brinde musical reflexivo. Por certo essa “cinebio”, essa lupa psicanalítica emocionalmente envolvente, esse estudo de uma alma frágil e desfragmentada assume um caminho documental sem resvalar, em momento algum, em ficção comercial. Há que ressaltar que tal proposta inovadora não seria possível causar um pico de atenção constante não fossem as brilhantes e contundentes atuações de todo elenco: Paul Dano, um ator tão...pouco valorizado, capta e transmite a essência metafísica do gênio com tamanha interiorização e paixão que fica impossível despregar os olhos da performance. Elizabeth Banks, outra atriz sub-valorizada, brilha alternando momentos de doçura e determinação enquanto, Johon Cusack, nos presenteia com uma de suas mais contagiantes e sensíveis interpretações impulsionada por Paul Giamatti em sintonia fina com a orquestra. Então, #Love&Mercy, - mesmo que você não escute vozes dentro da sua cabeça - , resulta ser uma enorme surpresa, um mergulho, uma viagem sonora agradabilíssima e, também é tudo que o mundo atual precisa; muitos acordes de amor e notas harmônicas de compaixão. Acompanhar os créditos pode ser filosoficamente e musicalmente compensador.

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