A premissa do roteiro em “confrontar” as relações de um casal na faixa dos 40 anos com outro na faixa dos 20 anos é bastante interessante e segue por uma narrativa inteligente sob a ótica da análise das comunicações contemporâneas. O Núcleo dos 40 com Ben Stille e Naomi Watts, reflete uma vida calma, já acertada, materialmente estabilizada, rotineira, sem grandes emoções, com respostas achadas no Google, seus CDs, amigos de longa data e tecnologia abundante e um certo tédio conformista. Já, o núcleo dos 20, com Adam Drive e Amanda Seyfried (agora coadjuvante sem ter alcançado o que esperávamos dela), esbanja uma jovialidade descompromissada, avessa a todas as formas de tecnologia, abomina Facebook, coleciona discos de vinil ,busca a espiritualidade, é leve e nada previsível. Esse encontro de quatro, ou melhor, de duas gerações antagônicas, põe em discussão através de diálogos e situações muitas das vezes com cunho de sátira, quase comédia, as vantagens e desvantagens da vida apressada pela tecnologia que vivemos; nós. Esse, “em busca do tempo perdido”, bem distante de Proust, é feito em um formato comercial que se encaixa na linguagem de duas gerações,analisa comportamentos, finge muito bem que levanta grandes questões para gerar empatias, não desagrada mas dá sono.
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